Excertos (99.191)

[191/2005]
Fouces

Sem querer meter a fouce em seara alheia, mas metendo porque também me diz alguma coisa, o caro Evaristo, que até nem é homem para difamações (já o leio há muito), desta vez meteu os pés pelas mãos e inventou uma biografia para Alegre à boa maneira de outras coisas de má memória, de outros tempos.
É pena Evaristo, porque não o reconheço nesse estilo.
O Abrangente não tem a prática da lama e o esclarecimento de João Tunes, no Água Lisa, parece-me uma peça que deverá transcrever no seu Blog, em salvaguarda da sua própria credibilidade.
Passo só um cheirinho de ambos para que os leitores do Tugir fiquem com uma ideia do que se trata. O resto poder-se-á ler em cada um dos Blogs.

Abrangente:
MA nem devia mencionar o cargo de "comandante-chefe", quando nem sequer cumpriu a missão de combatente; preferiu fugir à guerra, enquanto os seus camaradas obedeciam à cadeia de comando, combatendo em África, e no regresso pegaram em armas para derrubar o fascismo... Ser comandante-chefe, estranho desejo para um desertor.

Água Lisa
Manuel Alegre foi combatente na guerra colonial, como oficial miliciano, e fê-lo numa das zonas mais difíceis de Angola – Nanbuangongo. Mas, mesmo durante a guerra, Manuel Alegre não parou de conspirar para combater o fascismo. E, assim, participou na organização de um golpe militar que tinha como plano tomar Luanda e daí partir-se para a insurreição contra o regime. O golpe abortou e Manuel Alegre foi denunciado e entregue pelo Exército Colonial à PIDE que o prendeu, manteve-o preso em Luanda e daí enviou-o para Portugal, sendo-lhe fixada residência à espera de julgamento num tribunal fascista. Então, Manuel Alegre fugiu do país para escapar à condenação dos tribunais fascistas para continuar a combater o fascismo integrado na Frente Patriótica Nacional de Libertação.

Publicado por LNT
Blog Tugir em potuguês

Nota importante:
Evaristo Ferreira do Abrangente confirma a ideia que dele tenho, isto é, que é uma pessoa de bem.
No seu Post de hoje pode ler-se:
«Faço mea culpa por ter caluniado Manuel Alegre, ao chamar-lhe desertor... E peço desculpa a quem me lê, por esta minha falta de rigor histórico. Ainda bem que há sempre alguém disponível para denunciar estes atropelos à memória. Eu sabia, sempre tinha ouvido dizer que MA tinha largado as armas e ido para o estrangeiro, para lutar contra o regime...
Eu estava errado. Peço desculpa a todos.»
Como já antes disse, Evaristo não me desiludiu. Ainda bem que assim é.
LNT